Batemos um breve papo com Tiel de Andrade, um dos pilotos da equipe e pilares deste time gaúcho que tem se enveredado por diversas categorias nacionais que nos esclareceu algumas dúvidas com relação ao novo carro, que é um projeto “a quatro mãos”, pois foi desenvolvido em conjunto com a empresa de engenharia Sigma, que neste ano via FTR Motorsport tem dois carros no grid do campeonato nacional de provas de longa duração.
Mas, engana-se quem acha que o novo modelo que fez seu shakedown neste final de semana em Tarumâ, RS, é uma versão sem capota do modelo P1 que a FTR tem nas pistas – pode ter elementos que são característicos do modelo com capota, mas é um carro novo e realmente distinto.
A começar pela motorização, diferente do carro da Sigma que utiliza um Chevrolet LS3 V8 de 6.9 Litros, o Tubarão XI tem em sua traseira um Ford Duratec 2.0 Litros turbo de quatro cilindros em linha, cuja potência oscila entre 450 e 500cv, sendo este um bloco bem conhecido do time gaúcho, que já triunfou várias vezes com modelos empurrados por ele.
Perguntado se a opção por um protótipo aberto era uma maneira de dar continuidade ao legado da equipe na construção de carros, onde salvo o atual Tubarão GT40, recente modelo criado pela equipe e utilizado apenas em provas do campeonato gaúcho, todos os demais protótipos da equipe eram conversíveis, Tiel nos falou que é uma forma de reduzir peso, mas também uma maneira de evitar que o para-brisa embace, algo muito comum nos modelos fechados e que pode ser uma imensa dor de cabeça na corrida em situação de chuva.
Outra característica interessante que o novíssimo Tubarão XI traz são os elementos aerodinâmicos ativos que também possui o Sigma P1, como é o caso dos spoillers dianteiros móveis e a asa traseira móvel (sistema similar ao DRS da Fórmula 1), porém como este carro é mais leve que o P1, a asa traseira é mais baixa, o que também é algo que o diferencia do modelo da FTR Motorsport.
Por fim, quando perguntei sobre as primeiras impressões do novo protótipo, Tiel disse que não deu para sentir de verdade o carro, pois o teste ocorreu em situação de pista molhada utilizando pneus slicks: “Vamos andar de verdade em Interlagos”, concluiu.
Em suma, apesar do carro ter sido desenvolvido em parceria com a Sigma, percebemos que trata-se de verdade de dois protótipos completamente distintos e que mostra que a veia criativa da equipe que hoje tem a frente dos trabalhos Tiel, Né e Denti, permanece viva e honrando o trabalho iniciado em 1996 pelo pai Carlinhos de Andrade, quando a equipe da Mecânica Carlinhos colocou nas pistas o seu primeiro protótipo, evoluindo até chegar hoje na décima primeira geração desta mais pura paixão pelo automobilismo!
Que siga a dinastia e vida longa ao rei!
Compartilhe esse post: