STOCK CAR - EIS A LIÇÃO DOS LATINOS


Ontem no circuito paulista de Interlagos tivemos o encerramento da temporada de número 44 da Stock Car, a maior categoria do automobilismo da América Latina e seguramente uma das maiores do mundo em seu gênero.


A pista localizada na zona sul de São Paulo recebeu ontem 32 carros alinhados no grid de largada para a etapa final do campeonato e, antes que alguém pense ou fale que havia muitos carros por se tratar de Interlagos e da última corrida do ano, já de antemão lhes digo que houve prova neste ano com 34 carros alinhados para a largada e sendo assim, três dezenas de carros neste ano na pista foi café pequeno para a Stock Car.

Mas não para por ai: ontem Rubens Barrichello saiu da pista com a taça de campeão deste ano, que para o espanto de muita gente, esta é apenas a segunda conquista do gênero que Rubinho leva pra casa – mesmo ele tendo uma brilhante passagem pela Fórmula 1 (entre outras categorias de renome mundial), o fato de ter passado pelo topo do mundo do automobilismo não lhe credencia a enfileirar taças de campeão na sua estante, pelo contrário, pois a competitividade da categoria é assustadora e mesmo quem já viveu dentro dos cockpits mais rápidos do mundo, entende que a Stock Car tem vida própria.

É verdade que o formato de campeonato da Stock Car não é uma criação brasileira, pois importamos o modelo para o Brasil e grandemente organizamos campeonatos ao longo destes 43 anos de vida da categoria, chegando ao ápice da competição nestes últimos anos, que tem um grid não apenas bem estabelecido, mas equipes com um alto nível de competitividade e comprometimento com a categoria.

Mas, também é fato que pelo nível do mercado brasileiro de automóveis, seria muito mais salutar se a competição tivesse mais montadoras envolvidas, o que acirraria ainda mais a competição: hoje é baseada apenas nos Chevrolet Cruz e Toyota Corolla. Mas, não podemos deixar de assinalar que é melhor ter apenas duas marcas envolvidas, porém bem envolvidas, do que ter um mar de modelos diferentes que não geram continuidade ao esporte.

Ontem vimos pela primeira vez um Corolla levar um piloto ao ponto mais alto do campeonato, porém esta é apenas a terceira temporada que o modelo japonês está na pista e isto mostra que o crescimento dentro da competição não vem do dia para a noite: nada disso, o desenvolvimento tem que ser realizado de forma diária, mas o resultado vem apenas com o passar dos anos, o que demonstra ser outro ponto alto da Stock Car, que em sua receita pronta para competir não entrega o ingrediente do sucesso, mas sim faz com que as “cozinhas” de cada equipe trabalhe duro para só depois saborear o melhor resultado.

Por outro lado, a categoria tem cada vez mais inovado e para quem não concorda, o que dizer de uma corrida organizada dentro de um aeroporto comercial? Detalhe: o aeroporto estava em uso e é somente um dos mais utilizados no Brasil!

Mas não apenas por esta corrida dentro do Aeroporto do Galeão no Rio de Janeiro, mas por todo o resumo da obra: o nível de competitividade; a forma como os finais de semana de corrida são organizados; as praças por onde a categoria passa; enfim, há um grande volume de motivos e predicados que mostram que a Stock Car é uma das melhores categorias do mundo, algo de certa forma claro se levarmos em consideração a quantidade de pilotos de fora que vêm ao Brasil para correr nas corridas de duplas, ou mesmo quando precisam substituir algum piloto – ninguém se habilitaria a sair do “primeiro mundo” para vir ao Brasil fazer uma corridinha, se o negócio aqui não fosse realmente bom.

Por esta e outras, sem risco, posso afirmar que o Brasil usufrui de um dos melhores campeonatos do gênero no mundo e para quem não acha, procure saber como anda o DTM; se o TransAm é um mar de rosas e se o Super TC argentino está na mesma altura da competição nacional – porém, faça esta análise com isenção e sensatez e não se espante com o resultado, porque a Stock Car é grande sim e você vai perceber isto.

Na verdade, a Stock é muito grande. Muito mesmo!

 

Foto: Oswaldo Veiga

 

 

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Márcio de Luca

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Márcio de Luca

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