Diferente de anos anteriores onde os carros híbridos davam um banho nos modelos cuja propulsão se dá apenas por motor a combustão interna, neste ano o BoP parece estar funcionando melhor, algo que vejo com ressalvas, mas que é necessário para não haver um domínio desigual entre os concorrentes, por mais que utilizem tecnologias efetivamente não iguais.
Toyota, Alpine e Glickenhaus estarão em ação em Sarthe. Divulgação
A Alpine que vemos hoje liderando o campeonato hoje com A480, tem literalmente o mesmo Rebellion R13 que há pouco mais de dois anos não tinha a menor chance contra os foguetes nipônicos da Toyota, que após a saída da Audi e da Porsche da competição, venceram todos os campeonatos que disputaram, bem como todas as 24 Horas de Le Mans que participaram.
Signatech Alpine: Divulgação
O balance of performance deste ano fica mais claro ao observarmos o campeonato de construtores, onde a Toyota sendo a única que compete com dois carros, está atrás da equipe francesa: a Alpine tem 57 pontos, cinco a mais que a Toyota, que tem apenas 13 pontos de vantagem para a Glickenhaus, que neste ano parece ter chegado a maturidade do seu projeto SCG-007, que foi inclusive o pole position das 6 Horas de Spa-Francorchamps, disputada no último sábado.
Claro que estamos falando de uma prova com 24 horas de duração, em que as condições meteorológicas influenciam muito, mas ao mesmo tempo estamos falando de equipes preparadas para uma maratona deste tamanho e mesmo levando em consideração que a Alpine não fabricou o seu carro (trata-se de um chassis Oreca LMP1 com motor Gibson V8 de 4.2 Litros), tal como faz a Toyota e a própria Glickenhaus, pelo prognóstico do campeonato deste ano, é certo que não há um time favorito para esta prova, por mais que a equipe nipônica se apresente como a mais preparada e a que possui o melhor carro.
Glickenhaus. Reprodução
Se olharmos agora para o mundial de pilotos, a vantagem a favor do trio no qual corre o brasileiro Negrão ainda é maior, já que sua tripulação possui 57 pontos e o segundo lugar é ocupado pela tripulação do SCG-007, porém pensando nas 24 Horas de Le Mans, esta vantagem não tem implicação direta – para o campeonato sim, pois a maior soma de pontos estabelece o campeão, mas para a prova francesa não, já que um carro pode vencer a competição e não ser campeão ao final da temporada.
Seja como for, depois de muitos anos desta tradicional prova francesa onde os brasileiros corriam cientes que apenas com azares alheios seria possível vencer, neste ano podemos almejar este triunfo, pois André Negrão está bem posicionado na atual temporada, bem como Pipo Derani, que corre com a tripulação do carro #708 da Glickenhaus, também tem chances reais de suplantar os dois trios da Toyotas inscritos para a corrida de La Sarthe.
Toyota Gazoo. Divulgação
Deste modo, prepare o grito de vencedor que seguramente está entalado na garganta, porque depois de Lucas di Grassi no longínquo 2016, a última oportunidade real de vencer em Le Mans que tivemos (ele foi terceiro colocado), este ano parece ser o momento mais promissor que surgiu.
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