Em primeiro lugar as 24 Horas de Le Mans é uma prova para poucos, pois não basta apenas ser piloto, correr regularmente e até mesmo ter dinheiro: a prova francesa exige um preparo muito maior que as demais categorias, seja pelo nível de stress a que o corpo é submetido, seja pelo nível de atenção que a prova exige. Por este motivo, cada time escolhe seus pilotos a dedo.
Em segundo lugar porque é uma super prova de resistência, que unicamente dentro dela, cabem facilmente pelo menos três ou quatro provas do próprio calendário do WEC, o mundial de endurance: são 24 horas em que carros, pilotos e equipes se mantêm conectados entre si sem um segundo sequer de interrupção.
E em terceiro lugar porque é uma corrida onde cada piloto precisa ter um nível de pilotagem que está acima das demais provas que compõem a tríplice coroa, pois cada um deles é posto a prova quando a pista está clara, mas também quando ela está escura e como é de se imaginar, pilotar em alto nível a noite, em meio a tantos flashs de luz dos carros alheios, não deve ser tão fácil assim.
Mas Le Mans vai muito além disso, pois é o momento onde homem e máquina são postos à prova máxima da resistência e de conexão entre as partes, onde cada um corre contra seus adversário, mas também contra as adversidades de uma prova onde a pane seca não pode ser descartada; a fadiga de um ou diversos materiais do carro pode existir e por fim, a fadiga humana pode induzir o piloto ao erro, que muitas vezes visto de fora pode parecer algo bobo ou sem sentido, mas para quem está dentro do cockpit tendo dado mais de 300 giros numa pista de mais de 13 quilômetros de extensão, sem dúvida é ir além das capacidades da maioria dos mortais e por este motivo, é passível de um erro bobo sim.
Leve em consideração ainda as diferenças entre os carros de cada categoria (e as quantidade dos mesmos em pista), onde um GT, o “mais lento” dentre as classes que competem, não é um carro lento de verdade, muito pelo contrário, correm pra caramba, porém, ainda assim eles causam algum tipo de entrevero entre os protótipos, que muitas vezes acabam “não sendo vistos”, dada a velocidade que se aproximam.
Seja como for, a Indy500 é uma das provas mais glamorosas do planeta e, mesmo que eu não seja fã da corrida do principado de Mônaco, pelo seu contexto histórico ela deve continuar existindo, porém, vejo que em tudo as 24 Horas de Le Mans se mostra superior, seja pelo tempo de prova, pelo número de inscritos ou pelo valor que vencer em La Sarthe tem.
É claro que dar 200 volta num oval de 2,5 milhas é uma coisa de louco também, mas isto é assunto para outro texto...
Fotos: Divulgação
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